Encostas de Odelouca Branco 2010

Este ano durante o Verão voltei ao Algarve como aliás já tinha referido quando falei aqui sobre o São Gabriel. Não levei vinho e decidi que depois da experiência interessante que tinha tido no ano passado, em que andei a experimentar vinhos algarvios, iria voltar a comprar o vinho por lá. De novo foi curiosa a minha experiência, tive algumas desilusões com vinhos que me tinham agradado no ano passado, e acabei por conhecer e ficar agradado outros vinhos. Já vão um pouco tarde estas minhas impressões mas aqui ficam para memoria futura começando por este Encostas de Odelouca Branco 2010.

A Quinta do Francês, situada no vale do rio Odelouca, onde foi vinificado este vinho é propriedade de Patrick Agostini, francês, filho de italianos e casado com uma portuguesa que se decidiu radicar com a familia no Algarve para produzir vinho. Este vinho resulta de um lote com Crato Branco e Arinto. Crato Branco é um nome usado localmente para a casta Síria ou Roupeiro. Este parece ser um lote muito característico da região pois para um vinho branco usar as Denominações de Origem da Lagoa, Portimão ou Tavira estas castas devem constituir um mínimo de 70% do encepamento. Na Denominação de Origem de Lagos estas duas castas são complementadas pela Malvasia Fina.

Apresenta uma cor dourada clara com um nariz mineral que transmite também uma sensação de doçura. Acidez contida e elegante bem integrada, mostrando também notas iodadas que lhe dão um toque salgado que aprecio bastante e que aparecem com frequência nos brancos algarvios. Acho que além do clima e do solo, a casta Crato Branco têm um papel importante nesta característica apresentada pelos brancos algarvios. Uma boa e engraçada surpresa que foi bebido no Verão mas que faria bem o papel de branco de Inverno.