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Chambel and Friends @ Conceito Food Store

Não parece, pelo que vou escrevendo aqui mas sou um bocado forreta no que diz respeito a vinhos. Este blogue e o guia de vinhos surgiu mesmo como uma maneira de tentar ter uma lista de referencia de vinhos com uma relação qualidade-preço o melhor possível. Também não sou muito de comprar em grandes quantidades. Havia uma altura em que comprava 3 garrafas de cada referencia de maneira a ter uma para provar e sobrarem duas para ocasiões em que fosse necessária mais do que uma garrafa. Mas rapidamente me deixei disso, pois não bebendo assim tanto em casa e com tantas marcas e referencias no mercado passei a comprar apenas uma garrafa de cada referencia de maneira a poder provar uma maior variedade de vinhos. Muitos maus vinhos pelo meio mas às vezes umas boas surpresas.

Chambel and Friends @ Conceito Food Store - reservarecomendada.blogspot.pt

Assim o vinho que tenho em casa são normalmente garrafas isoladas que nunca provei e numa gama de preço não muito elevada. Isso torna-me difícil a escolha de garrafas para oferecer ou para jantares de amigos. Alguns vinhos não sinto confortavel em levar sem ter provado, outros tendo uma única garrafa prefiro guardar para ocasiões mais pessoais. Assim quando o João Chambel nos convidou para o jantar com alguns amigos no Conceito Food Store andei uns dias a pensar em qual seria o vinho a levar. Não conhecia as outras pessoas que estariam no jantar nem sabia o tipo de vinhos que seria levados. Não queria pecar por excesso nem por omissão. Decidi, des-decidi, voltei a decidir e à última hora mudei a minha decisão para levar um velho conhecido que me pareceu ter um bom nível para não me deixar envergonhado.


Quando chegamos o João estava a conversar com o Francisco de provas e jantares anteriores. Vi a coisa mal parada e temi que a minha escolha ficasse áquem dos vinhos e das expectativas do resto da mesa... Conheci nesse jantar também o Carlos que também trazia companhia. Eramos 7 à mesa e as garrafas de vinho eram 5. Começamos com o Larmandier-Bernier Terre de Vertus Premier Cru Champagne e com o Creme de Ervilhas com Chouriço de Porco Preto e Ovo a Baixa Temperatura. Um bom espumante a fazer jus à origem. Eu não me importava que tivesse um pouco mais de acidez mas é preciso de descontar o facto de eu ser um bocado o freak da acidez. O creme de ervilhas piscava o olho ao clássico das ervilhas com chouriço e ovos escalfados. Muito bem conseguido embora não seja bem a minha praia devido às ervilhas que não são dos meus maiores amores gastronomicos. Continuámos com o Gouvyas Bago de Touriga Reserva Branco 2005 que cumpriu bem a função de branco encorpado e guloso na boca.





Seguimos com o Robalo, aveludado de Aipo e Cenoura com Tártaro de Camarão e Maça Verde. Este prato podia muito bem ser dois pratos, o robalo por um lado e o tártaro de camarão por outro. Robalo confecionado no ponto, em que o crocante da pele equilibrava com a textura da carne do peixe e o aveludado de aipo e cenoura a explorar bem ligação entre o peixe e o aipo que costuma funcionar muito bem. O tártaro muito bem conseguido e a disputar protagonismo com o robalo. Para o meu paladar o aveludado deveria ser um pouco menos doce embora isso não prejudicasse um prato que no geral estava muito bom. Para mim terá sido o melhor prato da noite numa disputa bastante apertada com o prato de carne. Por esta altura o Herdade das Barras Tinto 2006 que tinha trazido veio em nosso auxilio que o Gouvyas já tinha acabado. Servido a boa temperatura ligeiramente refrescado mostrando uma exuberância bem interessante apesar dos seus 7 anos e ainda a revelar a presença do Cabernet Sauvignon no lote. Neste 2006 a madeira está melhor integrada notando-se menos do que no 2005 o que me agrada. Pareceu-me que foi uma boa surpresa para o resto da mesa, não me tendo deixado ficar mal embora penso que fosse o vinho mais barato na mesa. Suspirei de alivio... Tenho de ver se sou um bocadinho menos forreta...




O prato de carne eram as Bochechas com Esmagada de Batata Doce com a carne a desfazer-se na boca e a ligar muito bem com a doçura da batata doce. Por essa altura chegou à mesa também o Domaine des Raynières Vielle Vignes Saumur Champigny Tinto 2009 que vinha um pouco envergonhado e fechado mas a mostrar uma extrema elegância. Penso que precisava de um pouco mais de tempo para mostrar todo o seu potencial embora o nível que mostrou fosse alto. Para terminar a carne e a começar a sobremesa chegou o Cavalo Maluco 2009. Um vinho a partilhar muita coisa com o Herdade das Barras. Embora sendo um alentejano e outro das terras do sado separam-nos poucos quilómetros sendo a Herdade das Barras um pouco a leste do Torrão e a Herdade do Portocarro, que serve de estábulo a este Cavalo Maluco, a oeste. Foi também o mesmo enólogo que os fez, o Paulo Laureano. E embora não partilhem qualquer casta notavam-se as semelhanças de estilo com o Herdade das Barras mais exuberante e o Cavalo Maluco mais contido e num registo mais elegante, a destoar do próprio nome.



Terminamos em beleza com o Crème Brûlée com Chá Verde, espuma de Chocolate Branco e Yurzu com Gelado de Gengibre e um Bolo de Especiarias. Deixamo-nos ficar e conversamos mais um bocado inevitavelmente sobre vinhos e coisas afins. Não conhecia o Conceito Food Store nem o trabalho do Daniel Estriga e agradou-me o potencial das propostas apresentadas. O espaço é bastante interessante combinando uma faceta de loja com a faceta de restaurante embora a faceta de restaurante tome a liderança. Uma cozinha totalmente aberta para a sala proporcionando uma interessante relação entre a cozinha e a sala. É uma casa e um chef a ter em atenção, um pouco fora de caminho mas a valer a pena a viagem.

Pronto a Comer - www.wook.pt

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