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Spritz

Era uma tarde solarega e estávamos sentados numa esplanada na Ilha da Giudeca à beira do canal com o mesmo nome. Do outro lado do canal via-se muito ao longe o bulício turístico da Praça de São Marcos para onde nos aventuraríamos dali a pouco. Dei um gole no meu Spritz Bianco que me tinham trazido momentos antes e continuei a olhar para o infinito. A Ana pergunta-me: Então isso é bom? Com um sorriso tão seco como o Spritz no meu copo respondi: Não.


O Spritz é uma bebida que mistura em três partes iguais Prosecco, água gaseificada e um aperitivo seco. É servido habitualmente num copo de pé alto on the rocks, isto é, o gelo é colocado no copo vazio e as bebidas são vertidas sobre o gelo. Como guarnição pode ter uma azeitona verde normalmente espetada numa espécie palito grande e uma ou meia rodela de limão. O aperitivo seco mais usado é o Aperol que dá ao Spritz uma característica cor laranja. Outro muito usado é o Campari que é mais amargo que o Aperol e lhe dá uma cor vermelha. Originalmente a ideia do Spritz era baixar o teor alcoólico dos vinhos pela adição de água gaseificada. O Spritz Bianco que bebi penso que seria próximo dessa versão original.


Eu realmente não achei muita piada ao Spritz e confesso que me surpreendeu a maneira como aquilo saia que nem pãezinhos quentes nas tardes venezianas. E nem se podia dizer que fosse uma coisa de turistas que papam tudo à conta do very tipical pois os locais eram os maiores consumidores e juntavam-se todos os fins de tarde a beber Spritz nos bares dos bairros venezianos. No Bianco com que me iniciei dava até para notar a má qualidade do vinho… No Spritz Aperol e Campari, que experimentei mais tarde para tirar as dúvidas, os sabores do Aperol e do Campari matavam qualquer sabor que o vinho tivesse pelo que a qualidade deste era quase irrelevante. A versão Aperol mais doce e que me fez lembrar alguns xaropes para a tosse e o Campari mais amargo, tão amargo que eu fiquei com receio de ter ficado estéril. Bem, acho que devo ter arranjado uns inimigos de morte entre os muitos fervorosos apoiantes do Spritz…

Possivelmente será um gosto adquirido, como a cerveja, que primeiro estranha-se mas depois entranha-se. Admito que quem goste de bebidas mais secas e amargas o Spritz seja ótimo. Eu até achava que gostava de bebidas secas e amargas mas o Spritz ultrapassa os meus limites. Chego à conclusão habitual que nós em Portugal somos muito maus vendedores. A única coisa que me lembrava enquanto bebia os Spritz era que um branquinho com mistura (vinho branco com gasosa) deixaria o Spritz a um canto. Um branquinho com mistura ou tinto com laranja num copo bonito e com alguma guarnição poderia encantar os turistas e os portugueses mais saudosos das bebidas de taberna que tantos preconceitos têm sofrido nas últimas décadas. Ao menos assim vendíamos vinho português em vez do rum cubano do Mojito ou da cachaça brasileira da Caipirinha.

Vou fazer umas experiencias em casa e se correrem bem deixarei aqui umas receitas base. Provavelmente não variará muito de partes iguais de vinho e gasosa. Depois cada um poderá acrescentar o seu toque pessoal, pegar nesta ideia e pô-la em prática. Se não pegar, o prejuízo também não será por aí além. Uma coisa que me está a falhar é o nome… Branquinho com mistura parece-me longo demais e difícil de prenunciar para os turistas. Se alguém souber de outros nomes que se usassem nas tabernas ou que invente um que seja mais curto e simples poderia ser uma boa contribuição para esta ideia. Se quiserem podem deixar as vossas ideias como comentário deste artigo ou na página dos Contactos.

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