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Jantar Itinerante no Bairro Alto

Já há uns tempos que não fazíamos uma noite no Bairro Alto. Na realidade não foi bem uma noite no Bairro Alto pois não chegamos a subir às ruelas dos bares onde se aglomeram as noites de muitos jovens e menos jovens de Lisboa e arredores.

Por sugestão de amigos, que andavam com vontade de lá ir, fomos à Taberna da Rua da Flores. Com o sucesso de duas ou três tabernas e tascas anda por aí a moda das tabernas. Ele é a taberna isto, ele é a taberna aquilo. Confesso que ando um pouco enjoado de tabernas, não porque não goste da estética e do ambiente destes locais pois até passei muitas noites numa taberna mas acho que se anda a abusar do nome para conceitos muito diferentes. Assim, confesso que porem taberna no nome já não é suficiente para garantiram a minha adesão.


Sem reservas, é chegar e sentar se houver lugar. É um espaço pequeno e a decoração é agradável embora tenham alguns pormenores um pouco menos conseguidos como o facto de ser muito fácil a quem está sentado junto à parede dar uma valente cabeçada nas estantes que estão na parede. Também preferia um pouco mais de luz.

O taberneiro é o André Magalhães que já esteve no Restaurante do Clube dos Jornalistas e que é também jornalista e professor. Eu conhecia-o de vista devido às suas colaborações no Peixe em Lisboa mas nunca tinha tido a oportunidade de provar a comida dele.


À chegada apercebi-me tinham Sovina e não quis deixar de voltar a provar, tendo sido por aí de comecei enquanto esperávamos pelo resto do grupo.


Eramos seis e decidimos fazer a coisa em modo petisco e pedimos 7 pratos a dividir por todos. Como não tirei uma fotografia à ardosia com a "carta" do dia fiquei na dúvida acerca de 1 ou 2 pratos. Mas aqui fica lista que espero estar correta:


Peixinhos chineses cozinhados "ao alhinho"


Salada de Búzios (?)


Picadinho (ou seria Tiradito ?) de Carapau


Moelas à Taberneiro


Xipiron Udon


Mexilhões à Bulhão Pato


Ovos com Repolgas

Os peixinhos chineses devem de ser Salanx Acuticeps que em Espanha se chamam vulgarmente chanquetes chineses. Os chanquetes (espanhóis) são de uma outra espécie (Aphia Minuta) muito popular em Espanha e que foi quase extinta em algumas regiões da costa espanhola devido à pesca excessiva. A sua pesca e comercialização foram proibidas em Espanha e passaram a comercializar-se os chanquetes chineses em seu lugar que chegam a Espanha congelados. Não serão tão bons como os chanquetes mas são um bom substituto. Eu já tinha provado estes peixinhos (os chineses suponho eu) em dois locais: com ovos mexidos no El Quim de la Boqueria em Barcelona e fritos na Ilha do Arroz na Praia da Comporta. Estes estavam também bastante bons.

Coincidência das coincidências completava-se nesse dia o centenário da morte de Bulhão Pato. Confesso que ao ver Mexilhões à Bulhão Pato na ardósia me senti "indignado" pois esse dia merecia amêijoas e não mexilhão. Eu sou um grande apreciador de amêijoas e o mexilhão não me entusiasma muito... Mas lá ultrapassei essa "indignação" e os mexilhões estavam realmente bons deixando no fundo do prato um daqueles molhos que pede pão. Mas continuo a dizer que a memória de Bulhão Pato tinha merecido umas amêijoas nesse dia...

Agora vou ser enochato... Se não estiverem com paciência para enochatos é melhor saltarem este parágrafo. Eu sei que aqui se pretende ter um espirito de taberna e eu até nem sou completamente taliban no que toca a estas coisas mas mesmo assim acho que uns copos mais adequados ao vinho se impunham. Os copos usados para o vinho eram uns copos baixos sem pé que em alguns locais são usados para a água. Eu até me safei, porque a Sovina foi-me servida num copo de pé alto que eu não deixei recolher e usei para o vinho...

Estava tudo muito bom e muito apropriado para o petisco que parece ser a alma desta casa. Não será preciso muito para me convencerem a voltar. Mas nesse dia metemos na cabeça que o jantar seria itinerante e decidimos, ingenuamente, que iriamos terminar o jantar no Sea Me com um Prego no Bolo do Caco. Quando lá chegamos percebemos que a ideia não tinha sido brilhante... Julgar que conseguíamos chegar, sentar e comer um prego no Sea Me numa 6ª feira às 10h da noite sem reserva era realmente muito otimista... Nem no balcão nos safámos... Frustrados, decidimos descer à rua do Carmo e consumir a nossa frustração com um gelado do Santini.

Depois de curadas as frustrações voltámos a subir ao Largo Camões e pelo Bairro Alto Hotel acima até ao terraço para continuar a sobremesa com uma das melhores vistas de Lisboa e um dos melhores Mojitos de Lisboa. Eu ainda aproveitei para provar o Bastardo! Rosé da Wine With Spirit que tem sido apadrinhado pelo Bairro Alto Hotel. Depois de uma primeira impressão estranha devido ainda estar com o paladar um pouco alterado devido ao Mojito, revelou-se um rosé competente e com boa acidez. Mas tenho um sentimento ambivalente em relação ao nome deste vinho... Com este nome devia ser um vinho feito com a casta Bastardo...



Descemos e despedimo-nos do resto do grupo. Mas eu e a Ana ainda tínhamos um prego no sapato... Não conseguimos ir embora sem ceder à gula e entrar no Sea Me, que agora pela meia-noite se estava a preparar para fechar, e partilhar um Prego no Bolo do Caco acompanhado por um copo de Valle Pradinhos Tinto...



Guia das Tascas e Tabernas de Portugal - www.wook.pt

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