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Filetes de Atum com Oregãos e Amoras Silvestres

Se a técnica é importante, mais importante são os ingredientes. Muitas vezes mais importante do que utilizar técnicas muito elaboradas é preciso respeitar os ingredientes e quando estamos perante ingredientes de qualidade o papel principal de quem os usa é não estragar.

A preparação que vou apresentar surgiu a partir de três ingredientes simples mas com qualidade e de alguma sorte.

Os três ingredientes

O queijo fresco. O queijo fresco é ingrediente muito interessante que tenho quase sempre no meu frigorífico. É saudável, é muito plástico, liga muito bem com muita coisa e pode-se comer sozinho. Não se dá muito bem com o calor e caso se queira incorporar num prato que vá ao lume é preferível usar requeijão ou mozarella fresca. O queijo fresco que tenho normalmente em casa é da Lactimonte. Chega diariamente ao supermercado em frente da minha casa e começamos a comprar com frequência. Inicialmente confesso que não me chamou muito à atenção, era um queijo fresco industrial de vaca normalmente bastante fresco e bastante agradável mas não parecia passar disso. O problema foi quando compramos de novo queijo fresco de outras marcas e noutros sítios e nos apercebemos que a partir agora todos os outros queijos frescos frescos industriais nós parecem aborrachados por comparação com este...

Os Filetes de Atum com Oregãos. Os Açores têm produtos muito bons que não são facilmente acessíveis em Lisboa mas na Rua de São Julião 58 existe a loja Espaço Açores. Em plena baixa pombalina esta loja surgiu de uma iniciativa conjunta de 4 associações de desenvolvimento local dos Açores e pretende divulgar e vender os produtos açorianos na cidade de Lisboa. Um dos produtos à venda nesta loja são os Filetes de Atum com Oregãos das conservas Santa Catarina de São Jorge. O filete de atum é de excelente qualidade e o azeite aromatizado com oregãos dá-lhe um perfume muito interessante que curiosamente me fez lembrar os aromas das castanhas cozidas com erva-doce, apesar tanto quando sei não levar erva-doce na preparação. Desta gama as conservas de Santa Catarina também produzem os Filetes de Atum com Tomilho e os Filetes de Atum com Batata Doce.

O Doce de Amoras Silvestres. Todos os anos durante o Verão me aparecem em casa amoras silvestres. Os meus pais apanham-nas em alguns sítios que já conhecem e por vezes a quantidade é tanta que para não se estragarem se faz doce que também é frequente aparecer lá por casa. Este não foi feito pela minha mãe mas foi dado por uma amiga, na casa da qual também é comum aparecerem estas coisas. Este doce é um pouco menos doce que o habitual, preservando por isso alguma alguma frescura que por vezes os doces com mais açúcar perdem.

O Prato

O jantar de Domingo é sempre uma refeição atípica. Normalmente apetece uma refeição mais leve do que aquelas que comemos durante o resto do fim de semana mas temos um pouco mais de tempo e paciência para fazer alguma coisa um pouco mais elaborada. Neste Domingo até não tinha muito tempo e olhando para o frigorífico o que mais se adequava a servir de base a qualquer coisa que fizesse era queijo fresco.

Uma boa combinação com o queijo fresco, que eu já tinha experimentado noutras ocasiões, são as conservas de peixe em azeite, que existem sempre na minha dispensa. Parece uma combinação estranha mas resulta bastante bem pois a gordura da conserva liga bastante bem com o queijo fresco.

Assim cortei o queijo fresco em oito rodelas que dividi por dois pratos, temperei com um pouco de sal e pimenta acabada de moer. Abri a lata de Filetes de Atum em Azeite e Oregãos e reservei o azeite com oregãos. A lata de filetes de atum trazia quatro filetes que retirei da lata sem partir e que coloquei em cima das rodelas de queijo fresco (dois em cada prato). Coloquei um pouco do azeite com os oregãos por cima dos filetes.

Aqui assaltou-me a dúvida e tive receio que a gordura do azeite pudesse tornar muito enjoativa a combinação entre o filete e o queijo fresco. Normalmente quando uso este tipo de combinação incluo outras coisas como pão ou tomate que equilibram este potencial excesso de gordura. Mas desta vez não me estava a apetecer ir por aí e quando vasculhava o meu frigorífico os meus olhos depararam-se no frasco de doce de amoras silvestres. Bem, o doce deve cortar o excesso de gordura e a coisa até é capaz de funcionar... Coloquei então quatro colheres pequenas de doce (uma em cima de cada rodela de queijo fresco) e assim ficou.


Há dias em que as coisas correm bem e este foi um deles. O três ingredientes ligaram na perfeição e o doce ligou perfeitamente com a gordura dos filetes e com o queijo fresco resultando numa combinação improvável mas muito interessante.

Um pormenor a melhorar se voltar a fazer isto, é a apresentação. Provavelmente com uma rodela de queijo fresco mais alta, o doce por cima do queijo fresco e o filete por cima do doce ficaria mais interessante visualmente.

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